MK-ULTRA: O Programa de Controle da Mente da CIA

Stephen Lendman
Steve Lendman Blog
Traduzido pelo grupo de tradução português
06/06/10

MK-ULTRA era o nome de código para um programa secreto de controlo da mente da CIA, iniciado em 1953, sob o comando do director Allen Dulles. Tinha diversos objectivos, incluindo o aperfeiçoamento de um soro da verdade usado na interrogação de espiões soviéticos, suspeitos durante a Guerra Fria. Este programa prosseguiu os experimentos anteriores sobre hipnose durante a segunda guerra mundial, a pesquisa de drogas primitivas, e do projecto Chatter da Marinha dos Estados Unidos, explicado pelo Gabinete de Medicina e Cirurgia, em resposta a um pedido de Lei da Liberdade de Informação (FOIA - Freedom of Information Act) como se segue:
Começou “no Outono de 1947, concentrando-se na identificação e testes de drogas (LSD e outros) nos interrogatórios e recrutamento de agentes. A pesquisa incluiu experimentos laboratoriais em animais e seres humanos. O programa terminou pouco depois da Guerra da Coreia em 1953.”
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O programa foi executado sob a direcção do Dr. Charles Savage do Instituto de Pesquisa de Medicina Naval, Bethesda, DM desde 1947 até 1953, após o qual a Agencia de Inteligência Científica da CIA deu continuidade sob o nome de “Project Blue Bird”, o seu primeiro programa de controlo da mente com o objectivo:
Aprender a condicionar sujeitos a fim de resistir à extracção de informação por técnicas conhecidas;
Desenvolver métodos de interrogação para exercer controlo;
Desenvolver técnicas para a o aumento de capacidade de memória;
Estabelecer modos de prevenção de controlo hostil em funcionários da Agência
Em 1951, foi renomeado “Project Artichoke”, depois “MK-ULTRA”, sob chefia do Vice-director da Agência Central de Inteligência (CIA) Richard Helms, em 1953. Tinha como objectivo controlar o comportamento humano através de drogas psicadélicas e alucinogénicas, terapia de choque, radiação, grafologia, técnicas paramilitares, e métodos psicológicos/sociológicos/antropológicos, entre outros – um vasto campo aberto á experimentação mental, em busca de métodos funcionais, legalmente ou não, em sujeitos dispostos ou inconscientes.
Prosseguindo em diferentes épocas, foram no total 149 sub-projetos em 80 universidades dos Estados Unidos e Canadá, centros médicos e três prisões, envolvendo 185 pesquisadores, 15 fundações e numerosas companhias da indústria farmacêutica. Tudo era altamente secreto, e a maior parte dos registos foram mais tarde destruídos. Contudo alguns indivíduos da FOIA salvaram milhares de páginas com provas documentadas das horríveis experiências, e seus efeitos em seres humanos.
A maioria eram cobaias humanas involuntárias, e aqueles que consentiram foram mal informados sobre os perigos. James Stanley era já um soldado com uma vasta carreira quando lhe foi administrado LSD em 1958 juntamente com outros 1.000 militares “voluntários”. Eles sofreram alucinações, perda de memória, incoerência e severas alterações de personalidade. Stanley exibiu um comportamento violento incontrolável. Este destruiu a sua família, o incapacitou para o trabalho, sem nunca saber porquê, até que o Exercito pediu-lhe para participar em um estudo posterior.
Ele pediu indemnização no abrigo da lei de Reclamações de Tortura Federal (FTCA), chegando o seu caso, “Estados Unidos Vs. Stanley” ao Supremo Tribunal. O caso foi argumentado e decidido em 1987, tendo o Tribunal indeferido seu pedido (5-4), decidindo que os seus ferimentos ocorreram durante o serviço militar. Os juízes Thurgood Marshall, William Brennam e Sandra Day O’Conner tinham opiniões dissidentes, dizendo que o Código de Nuremberga aplica-se aos soldados assim como civis. Em 1996, Stainley recebeu $400.000 de indemnização, mas sem algum pedido de desculpas por parte do governo.
Talvez a vítima mais divulgada do MK-ULTRA foi Frank Olsen, um bioquímico que trabalhava para a Divisão de Operações Especiais do Corpo Químico do Exercito em Fort Detrick, DM. Em 18 de Novembro, 1953, foi-lhe administrado LSD. Imediatamente tornou-se agitado e extremamente paranóico. Nove dias depois, teria alegadamente cometido suicídio saltando do 13º andar através da janela fechada de um hotel em Nova York. Os seus familiares não sabiam que ele foi drogado até 1975, data em que o MK-ULTRA foi exposto.
O presidente Gerald Ford pediu desculpa, concedeu uma indemnização de 750.000 dólares, mas o filho de Olsen descobriu documentos que sugerem que o seu pai foi morto. Em 1994, ele exumou o corpo, mandou ser analisado por peritos de medicina legal, e a conclusão foi de que um homicídio foi cometido baseado em uma fractura do crânio, não detectada anteriormente, que sugere um golpe na cabeça e outras evidências perturbantes.
Stanley Glickman foi outra tragédia do MK-ULTRA, uma vítima involuntária de drogas alucinogénias e terapia de choque. Ficou traumatizado, não podia trabalhar, muito pouco se alimentava, sofreu um esgotamento psicológico e nunca recuperou completamente. Depois de tomar conhecimento sobre os experimentos de LSD, levou a CIA a tribunal. O julgamento foi adiado por 16 anos, ele faleceu, mas a sua irmã prosseguiu o processo.
Esteve em causa o chefe do MK-ULTRA “Stanley Gottleib”, contratado para dirigir o Serviço Técnico de Funcionários (TSS) para desenvolver venenos a fim de assassinar oponentes políticos, drogas de soro da verdade para a interrogação de espiões, e técnicas de controlo da mente para criar assassinos robô ou agentes duplos inconscientes. Usou cientistas nazis e a sua tecnologia inovadora, aperfeiçoada em vítimas de campos de concentração. Alguns eram conhecidos como programadores, profissionais especializados na arte de análise e controlo da mente humana.
Joseph Mengele fez um trabalho semelhante, experimentando extensivamente com crianças e adultos, usando uma mistura de terapia de choque, mescalina, hipnose, privação sensorial, tortura, estupro, fome e trauma de vinculação. Foi tão bem sucedido com a última técnica que os sobreviventes expressaram um forte afecto por ele.
A CIA e os militares dos Estados Unidos copiaram a metodologia Nazista através de vários programas, incluindo o MK-ULTRA, MK sendo uma abreviação das palavras “controle da mente” em alemão. Segundo os documentos obtidos, funciona melhor quando traumas graves (como estupro) ocorrem aos três anos de idade, resultando muitas vezes na divisão da personalidade ou dissociação (chamada Desordem de Identidade Dissociativa ou DID) para reprimir memórias dolorosas.
Os terapeutas podem causar Transtorno de Personalidade Múltipla (MPD) pela manipulação da mente, mas os traumas que acontecem cedo na vida tornam as vítimas especialmente vulneráveis. Gottlieb concentrou-se no uso de LSD para o controle da mente, venenos e drogas exóticas para assassinatos políticos.
Durante a Operação Paperclip, 9.000 cientistas e técnicos nazistas foram recrutados para ajudar a minar a União Soviética.
Em 1952, Gottlieb encontrou-se com Glickman num café Parisiense, comprou-lhe uma bebida e misturou LSD na mesma. Depois de finalmente ser responsabilizado pela sua acção, ele ficou doente. O julgamento foi adiado e na véspera do seu recomeço morreu inesperadamente. Na ocasião os obituários do New York Times e Los Angeles Times informaram que a sua família recusou divulgar a causa. O diário online WorldNet explicou que foi depois de “um ataque prolongado de pneumonia,” dizendo que após ter sido admitido no Virginia Medical Center, entrou em estado de coma, nunca recuperou, mas não foi possível determinar nada de ilícito.
No julgamento contra o seu mandato, o juiz morreu de um ataque de coração durante o exercício de suas funções. A pergunta surgiu novamente. Terá sido a sua morte natural ou foi morto, uma vez que a sua substituição foi prejudicial para o queixoso tendo rejeitado o seu caso dois anos antes. Talvez sim depois que o júri decidiu contra a família de Glickman, negando-lhes justiça.
Em 22 de Dezembro de 1974, Seymour Hersh expôs o MK-ULTRA num artigo do New York Times. Intitulado: “Enorme Operação da CIA nos Estados Unidos Contra as Organizações Anti-guerra e Outros Dissidentes Durante a Era de Nixon,” que documentava as actividades ilegais, incluindo os experimentos secretos em cidadãos dos Estados Unidos durante os anos sessenta e antes. Seguiram-se investigações pelo Comité da Igreja do Congresso, dirigidas pelo Senador Frank Church, sobre as praticas abusivas dos serviços, sendo substituído cinco meses depois pelo Comité Pike. A Comissão Rockefeller sob a direcção do Vice Presidente Nelson Rockefeller, também examinou as actividades domésticas da CIA, FBI e agências de inteligência militar.
No Verão de 1975, soube-se que a CIA e o Departamento de Defesa haviam realizado experimentos ilegais em indivíduos voluntários e involuntários como parte de um programa exaustivo para influenciar o comportamento humano através de drogas psico-activas (incluindo LSD e mescalina) e outros métodos químicos, biológicos e psicológicos.


Origens das Práticas de Manipulação da Mente pela CIA


A CIA interessou-se pelo trabalho do Dr. Ewen Cameron da Universidade McGill parte do Instituto Alan Memorial em Montreal – Quebec. Com pleno conhecimento do governo Canadense, foi financiado para efectuar experimentos bizarros nos seus pacientes psiquiátricos que incluía mantê-los adormecidos e isolados durante semanas, dando-lhes em seguida grandes doses de terapia de choque e cocktails de drogas experimentais, entre as quais LSD e PCP.
Embora claramente imoral, Cameron acreditava que submetendo o cérebro humano a uma serie de choques, ele poderia desfazer deficiências mentais, reconstruindo-as com novas personalidades purificadas do seu estado anterior. Foi uma ciência “vudu” e falhou, mas a CIA ganhou uma vasta riqueza de conhecimentos que é usada nos dias de hoje.
Em 1951, a Agencia envolveu o director de psicologia da Universidade McGill, o Dr. Donald Hebb e outros para realizar experimentos de privação sensorial em estudantes voluntários. Eles mostraram que o isolamento intenso interrompe o pensamento claro o suficiente para tornar os sujeitos receptivos à “sugestão”. Existiam também técnicas formidáveis de interrogação que equivaliam á tortura quando aplicadas forçosamente.
Estes primeiros experimentos estabeleceram a fundação para as duas fases do processo de tortura da CIA – a privação sensorial seguido de sobrecarga. Isto foi documentado pelo historiador Alfred McCoy da Universidade de Wisconsin no seu livro: Uma Questão de Tortura: Interrogatórios da CIA, Desde a Guerra Fria Até a Guerra Contra o Terror (A Question of Torture: CIA Interrogation, from the Cold War to the War on Terror), chamando-lhe “a primeira verdadeira revolução na ciência cruel da dor em mais de três séculos”
A CIA desenvolveu estas técnicas e codificou-as em manuais, usados extensivamente no Sudeste da Ásia, América Central, Iraque, Afeganistão, Guantánamo, e em locais secretos globalmente. McCoy mencionou uma mini-prisão offshore de extracção de informações durante a Guerra Fria e a Guerra Contra o Terror. Longe da vista nada é interdito, incluindo a crueldade física e métodos de controlo da mente paralisantes que transformam seres humanos em “vegetais”.
O MK-ULTRA era uma dessas técnicas, apesar da Ordem Executiva de Gerald Ford de 1976 (EO11905) “estabelecer políticas para melhorar a qualidade da inteligência necessária para a segurança nacional (e) estabelecer a supervisão eficaz para assegurar o cumprimento da lei na gerência e direcção das agências de inteligência e departamentos do governo nacional.”
A Ordem Executiva proibiu “experimentação com drogas em seres humanos, excepto com o consentimento, informado por escrito, e testemunhado por um terceiro desinteressado em cada sujeito humano,” de acordo com as directrizes emitidas pela Comissão Nacional. As directivas subsequentes de Carter e Reagan proibiram todos os experimentos em seres humanos. No entanto eles continuaram, em violação do código de Nuremberg que proíbe:
Experimentos médicos sem o consentimento de sujeitos humanos – “sem coerção, fraude, dolo, e revelação completa dos riscos conhecidos,”
Aqueles “onde há uma razão a priori para crer que a morte ou lesão incapacitante ocorrera;” e
somente aqueles que “produzam resultados frutuosos para o bem da sociedade, não podendo ser obtido por outros métodos de estudo….”
Os experimentos efectuados sobre o controlo da mente humana são claramente ilegais e antiéticos. Actualmente eles são mais sofisticados do que nunca, e as reivindicações de que os experimentos MK-ULTRA foram interrompidos na década dos anos setenta eram falsas. Continuam, renomeados e muito mais.


A Longa História da Experimentação em Humanos na América

Exemplos anteriores incluem:
Em 1931, o Dr. Cornelius Rhoads sob os auspícios do Instituto Rockefeller infectou sujeitos humanos com células cancerosas, para Exames Médicos; Rhoads mais tarde conduziu experimentos de exposição à radiação em soldados americanos e pacientes de hospitais civis;
Em 1932, o Estudo Tuskegee Sífilis começou em 200 homens negros; não foram informados da sua doença, foi-lhes negado o tratamento, e foram usados como cobaias humanas para acompanhar os sintomas e progressão da sua doença; Subsequentemente todos eles morreram;
Em 1940, 400 presos de Chicago foram infectados com a malária para estudar os efeitos de novas drogas experimentais;
Entre 1942 - 1945, a Marinha dos Estados Unidos usou sujeitos humanos (presos em câmaras) para testar máscaras de gás e vestuário;
Desde os anos quarenta, foram realizados experimentos com radiação em humanos para testar os seus efeitos e determinar o nível de exposição que pode matar; foram utilizados indivíduos involuntários nas prisões, hospitais, orfanatos e instituições para doentes mentais, incluindo homens, mulheres, crianças e nascituros de todas as raças, principalmente pessoas de grupos sócio-económicos mais desfavorecidos; e alem disso, mais de 200.000 soldados americanos foram expostos a testes nucleares na superfície da terra; mais tarde muitos ficaram doentes e faleceram;
Em 1945, a Comissão de Energia Atómica dos Estados Unidos (AEC) implementou o “Programa F”, o estudo americano mais exaustivo sobre os efeitos do fluoreto na saúde - um componente essencial na produção da bomba atómica e um dos produtos químicos mais tóxicos conhecidos; provoca efeitos perceptíveis e adversos no sistema nervoso; no interesse da segurança nacional, a informação foi suprimida;
Em 1945, os pacientes de um hospital de veteranos tornaram-se cobaias humanas para experimentos médicos;
Em 1947, o Coronel do AEC EE Kirkpatrich emitiu o documento secreto #07075001, afirmando que a agência iria começar a ministrar doses intravenosas de substâncias radioactivas em sujeitos humanos;
Em 1949, o Exercito dos Estados Unidos lançou agentes biológicos em cidades americanas para estudar os efeitos de um ataque biológico real; os testes continuaram secretamente até pelo menos á década dos anos sessenta em San Francisco, New York, Washington DC, Panama City e Key West, FL, Minnesota, outras localidades no centro-oeste, ao longo da auto-estrada com portagem na Pennsylvania e em outras regiões;
Em 1950, o Departamento de Defesa (DOD) iniciou testes de armas nucleares ao ar livre em zonas desérticas, os residentes que habitavam a favor do vento foram monitorados para problemas de saúde e taxas de mortalidade;
Em 1951, Afro-americanos foram expostos a estimulantes potencialmente fatais como parte de um teste de armas fúngicas em raças específicas na Virginia;
Em 1953, o Departamento de Defesa (DOD) lançou gás de sulfito, cádmio e zinco sobre Winnipeg, Canadá, St, Louis, Minneapolis, Fort Wayne, Monocacy River Valley, MD e Leesburg, VA – para determinar a eficiência de dispersão de agentes químicos;
Em 1953, foram realizados experimentos em conjunto com o Exército-Marinha-CIA em Nova York e San Fransisco, expondo dezenas de milhares de pessoas aos agentes químicos Serratia marcescens e Bacillus globigii aerotransportados.
Em 1955, a CIA libertou bactéria proveniente do Arsenal de Guerra Biológico da base Militar Tampa em Florida, para testar a sua capacidade de infectar populações humanas;
Em 1956, os Estados Unidos lançaram mosquitos infectados com a febre-amarela em Savannah, Georgia e Avon Park, Florida para testar os efeitos na saúde dos seres humanos;
Em 1965, na prisão do estado de Homesburg, os presos de Philadelphia foram expostos à dioxina, o agente laranja altamente tóxico, para estudar os seus efeitos carcinogénicos;
Em 1966, o metro de Nova York foi usado para um experimento de guerra biológica;
Em 1969, um aparente gás neurotóxico matou milhares de ovelhas em Utah;
Em 1970, a revista “Military Review” informou que o desenvolvimento de “armas étnicas” foi intensificado para ser capaz de visar grupos étnicos específicos que se pensava eram susceptíveis a diferenças genéticas e variações de ADN;
Em 1976, os Americanos foram avisados sobre o pânico da gripe suína, pedindo que todos sejam vacinados; milhões de pessoas obedeceram, muitas das quais foram prejudicadas; resultou em 500 pessoas com a Síndrome de Guillan-Barré (GBS – a doença nervosa mortal); pessoas que morreram de falência respiratória após paralisia grave e os peritos disseram que a vacina aumentou oito vezes o nível de risco de GBS;
Em 1985 e 1986, foram realizados testes ao ar livre de agentes biológicos em áreas povoadas;
Em 1990, foram dados a mais de 1500 bebés africanos e hispânicos com seis meses de idade uma vacina experimental contra o sarampo, sem nunca informar os pais sobre os potenciais perigos;
Em 1990 e 1991 , todos os militares dos Estados Unidos antes de serem posicionados no Golfo Pérsico foram inoculados com vacinas experimentais de antraz e toxóide botulinum, apesar das preocupações levantadas sobre os seus efeitos adversos a longo prazo; mais de 12000 mortos e mais de 30% ficaram doentes devido a factores não relacionados com combate que posteriormente foi chamado de Síndroma da Guerra do Golfo, o resultado da exposição a uma variedade de toxinas;
em 1994, o senador Jay Rockeffer divulgou um relatório revelando que, pelo menos nos últimos 50 anos, o Departamento de Defesa (DOD) usou centenas de milhares de pessoal militar, exponde-os a substancias perigosas experimentais; materiais incluindo gás mostarda e gás neurotóxico, radiação ionizante, psicoquímicos, alucinógenos e outras drogas;
Em 1995, o Dr. Garth Nicolson, descobre provas de que os agentes biológicos utilizados durante a Guerra do Golfo tinham sido pré-testados em prisioneiros no Departamento de Correcções do Texas;
Em 1996, o Departamento de Defesa (DOD) admite que as tropas na Guerra do Golfo foram expostas a agentes químicos;
Em 2009, foram novamente usadas vacinas experimentais para globalmente inocular pessoas em resposta ao pânico da gripe suína; seguiram-se relatórios dispersos de mortes e doenças.


Maria Ruhullah, Vítima do MK-ULTRA

Este escritor entrevistará Ruhullah e o Dr. James Randall Noblitt, um psicólogo licenciado, no programa de rádio “The Progressive Radio News Hour (na rádio The Progressive Radio Network)”, a 18 de Fevereiro às 10 horas da manhã para discutir o MK-ULTRA, a experiencia de Ruhullah e o trabalho de Noblitt com sobreviventes de abuso extremo e indivíduos afligidos pela dissociação de identidade. Noblitt é professor na Escola de Psicologia Professional de Califórnia e presidente da Sociedade Internacional para Trauma e Dissociação de Abuso Ritual/Grupo de Interesse em Controlo da Mente.
O programa será arquivado para ouvir mais tarde.
Como vítima do MK-ULTRA, a memória de Ruhullah foi danificada e de alguma forma ainda assim continua por causa das experiências por que passou. Ela explicou da seguinte forma:
No inicio dos anos setenta, viveu em Boston, MA, esteve casada com um filho de seis anos de idade, e como advogada trabalhou para uma empresa de prestígio, não conseguindo lembrar-se de seu nome. “Um dia, dois agentes federais chegaram à (sua) casa sem aviso prévio”, pedindo-lhe para servir de testemunha federal contra uma alegada figura do crime organizado. Para a sua segurança, explicaram eles, ela seria colocada em custódia protectiva por um período de tempo não superior a seis meses. Pediram-lhe que deixasse a sua família e emprego imediatamente, e para não dizer nada ao marido e ao patrão.
Foi “forçada a sair da (sua) casa com os agentes no mesmo dia.” Não teve nenhuma escolha, e “foi tratada mais como um preso do que uma testemunha.” Não podia usar o telefone ou comunicar com alguém, foi transferida frequentemente, e ficou “detida em locais de baixo custo,” período durante o qual a sua vida “tornou-se numa sucessão de abusos e exploração.”
"Até hoje," diz ela, que não sabe precisamente "quando ou por que o governo decidiu usá-la" para experimentos com o MK-ULTRA, "mas um dia (ela) foi mãe, esposa, e advogada, depois, (mais tarde) não teve nenhuma memória do (seu) passado."
Tendo recuperado parte da sua memória, ela lembra-se de “lhe terem dado tratamentos de terapia de choque clinicamente não necessários. Isto foi feito com o fim de criar amnésia para bloquear a essência da sua personalidade e substitui-la por” apenas uma necessidade de saber informações.
Lembra-se "de que o tratamento de choque que lhe deram foi tão severo e frequente que um dia algo aconteceu e" ela não voltou para o seu quarto. Ela agora fala "de uma inacreditável longa lista de explorações horríveis e abusos desumanos" feitos nela.
No final dos anos oitenta, voltaram fragmentos da sua memória. Procurou informações sobre o seu caso através de um pedido FOIA (Freedom of Information Act) mas lhe dito que nenhum registo foi encontrado. De 1992 até 1996, ninguém a ajudou até que Stephanie Suleiman, membro do B'nai Brith se ofereceu para fazê-lo mas precisou de algumas semanas para concluir outro trabalho.
Quando a contactou novamente Ruhullah ficou sabendo que “esta mãe de trinta e dois anos morreu de um ataque de coração,” muito suspeito dado a sua idade.
Ruhullah também explica que os agentes federais deixaram de comunicar com ela. As suas experiências foram "totalmente removidas do registo público," e ela passou de "ser uma pessoa desaparecida para se tornar em uma pessoa eliminada." Agora é divorciada e incapaz de contactar as suas crianças e velhos amigos. "O governo dos Estados Unidos não quer a (sua) história contada."
Ela acrescenta que "a única forma com que (ela) pode calcular quanto tempo ficou detida é pela idade do seu filho. (Ele) tinha seis anos quando (os agentes) entraram na (sua) casa, e agora tinha trinta e tantos anos. " Ela considera-se ter sido permanentemente separada de seus filhos, netos, familiares, amigos, bens, memórias e habilidades sociais.
Ela chama cada dia como "uma experiência de ser detida contra a sua vontade vivendo em um tonel de arrogância burocrática que se recusa a reconhecer o que lhe foi feito (agravado por não conseguir obter de volta a (sua) vida." Cada dia está "a ser mais ofendida e tem a (sua) vida mais roubada".
Diz que "não foi posta em liberdade." Depois de ter sido usada em experimentos médicos, foi-lhe " implantada uma identidade falsa, depois foi deixada sem dinheiro e sem prova da (sua) verdadeira identidade ou linhagem." Ainda se considera presa, um corpo sem personalidade, com pouco conhecimento do seu passado, despojada de tudo o que era importante na sua vida.

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